Depois de analisar as novas imagens que mostram o menino Edson Davi Almeida, de 6 anos, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) informou que o registro não é suficiente para mudar a principal linha de investigação, que é de afogamento
As imagens mostram o garoto de cabelo seco, na barraca do pai, por volta das 16h47 do último dia 4. Ele desapareceu na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Ao compartilhar o registro, a família do menino acreditava que as imagens pudessem comprovar que a criança não teria se afogado. Eles seguem acreditando que Davi possa ter sido sequestrado, uma vez que muitas pessoas na praia poderiam ter visto o menino entrando no mar, caso isso tivesse ocorrido.
“A família não descarta nenhuma possibilidade. E isso é importante, que não seja descartado nenhuma possibilidade, porque mantém a investigação, mantém os investigadores com os olhos e ouvidos atentos para qualquer probabilidade mínima que seja. Se for o caso de chegar a uma questão efetivamente de afogamento, todas as demais questões anteriores sejam respondidas, sejam verificadas”, disse à CNN o advogado Marcelo Shad, que representa os pais de Davi.
No entanto, de acordo com a delegada Elen Souto, o vídeo continua posicionando Davi na praia. Até agora, a Polícia Civil não encontrou indícios de que a criança tenha deixado a areia pelo calçadão. “Foram analisadas, por três vezes, 13 câmeras, em um perímetro de 2 km e ele não aparece. Tecnicamente ele não sai da praia”, disse a delegada.
Além disso, todas as testemunhas ouvidas pelos investigadores informaram a criança queria ir para o mar, uma vez que pediu uma prancha emprestada por três vezes. “As testemunhas ouvidas narram que ele queria entrar na água para pegar onda, chegando a ser filmado sozinho na beira da água. O mar estava com três bandeiras vermelhas e uma vala enorme na frente da barraca do pai dele, onde ele aparece sozinho. Mar proibido para banho”, relembra Souto.
Apesar do posicionamento da polícia, de afogamento, sem tipicidade penal, como principal linha para explicar o desaparecimento, todas as informações de que o menino possa ter sido visto em outro lugar são checadas.
“Tecnicamente, não existe nenhuma testemunha que o coloque sendo arrebatado na companhia de uma pessoa estranha. O que nós temos são testemunhas que o colocam desejando ir para o mar, pedindo prancha emprestada três vezes”, afirmou Elen.
“Outra testemunha que vê ele durante o futebol indo para a água sozinho três vezes e o vídeo às 15h30 em que ele aparece na beira da água sozinho. Então, tecnicamente, as imagens o colocam ali no posto 4, entre a barraca do pai e a barraca do vizinho, que fica a cerca de 90 metros. Mas todas as informações de localização de que possa ser o David em qualquer outro lugar são verificadas pela polícia e informadas à família”, explicou a delegada.
A criança sumiu na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense, no dia 4 de janeiro. Desde então, todas as informações que chegaram até a polícia foram checadas. Foram pelo menos quatro denúncias de que a criança tenha sido vista em outros estados. Mas nenhuma foi à frente.
“Houve informação de que ele teria sido visto desembarcando em Recife, desembarcando em Belo Horizonte. A [Polícia] Federal abordou e não era o menino. Houve informação de que ele estaria em Fortaleza. A Polícia Militar abordou e também não era o menino. Houve uma informação de que teria sido visto no aeroporto de São Paulo. Mas verificamos a informação e também não era o menino”, lembrou a delegada.
Buscas duram quase um mês
Nesta quarta-feira (31), o Corpo de Bombeiros entrou no 27º dia de buscas pelo menino. A procura foi ampliada, desde a semana passada, também para as praias da zona sul da capital fluminense e de Itacoatiara, em Niterói, na região metropolitana. São utilizados drones, helicópteros, guarda-vidas, mergulhadores, quadriciclos e motos aquáticas. Mergulhadores permanecem de prontidão para acionamento em caso do surgimento de algum novo indício. A operação segue sem previsão de encerramento.
Além disso, a Polícia Civil também continua promovendo buscas à criança. O Disque Denúncia elaborou um cartaz para obter informações sobre a localização da criança. Qualquer notícia pode ser passada pelo número (21) 2253-1177.
“A gente adotou uma estratégia mais ampla desde o 11º dia de buscas. A corporação agora está trabalhando tanto nas praias da Barra da Tijuca e do Recreio, estendendo até a Restinga de Marambaia, em direção à zona oeste, e também estamos com equipes na zona sul do Rio de Janeiro. Além disso, os quartéis que estão na região oceânica de Niterói também colaboram nesse trabalho de busca”, diz o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros.